08.06.11 - Em uma época em que todos falam em renovação democrática, deixe-me falar-lhe sobre a regeneração do cérebro. A razão é óbvia: o Prêmio Príncipe de Astúrias de Investigação Científica e Técnica 2011 foi concedido a três neurocientistas de grande relevância. Joseph Altman terminou com o dogma de que o cérebro não tem capacidade de regeneração. Hoje sabemos que no cérebro adulto há células-tronco que produzem novos neurônios. É a neurogênese. Altman foi o primeiro a perceber a sua existência, primeiro em camundongos e depois em gatos. Ele sugeriu que os novos neurônios desempenham um papel fundamental na memória e aprendizagem, porque eles migram para o hipocampo, uma estrutura fundamental nesses processos. O ano era 1960 e por 25 anos, ninguém o ouvia. Arturo Alvarez-Buylla, colombiano de Astúrias, está investigando os mecanismos inerentes à neurogênese, identificando as células gliais como um reservatório de novos neurônios, bem como a migração da cadeia para diferentes áreas do cérebro.
Giacomo Rizzolatti com certeza não pensava nesse reconhecimento internacional quando seu laboratório em Parma descobriu os neurônios-espelho. A história tem seu lado engraçado, porque mostra que a sorte é um grande aliado da pesquisa científica. Juntamente com seus parceiros, Fogassi e Gallese, Rizzolatti estudaram a atividade cerebral responsável pelo movimento em animais experimentais. Eles perceberam que havia neurônios que foram ativados não apenas ao mover um membro, mas quando viram o pesquisador realizar os mesmos movimentos. Estes são os neurônios-espelho, imbuídos de complexas redes neurais. Experimentos posteriores mostraram que estas áreas são ativadas quando uma pessoa está no lugar do outro, que é a base da empatia, um motor essencial do comportamento humano nas relações sociais. Sua função é alterada no autismo e psicopatias por razões muito diferentes. Os neurônios-espelho são também elementos fundamentais na imitação do comportamento. Na verdade, são em parte responsáveis pelas emoções (o riso, o tédio, tristeza, etc) serem "contagiantes".
Essas trajetórias revelam duas anedotas, mas comuns na ciência: existem resultados muito importantes que passam despercebidos e compõem ingredientes importantes do processo de investigação. O que é realmente importante é que os resultados de Altman, Alvarez-Buylla Rizzolatti mudaram a nossa compreensão do cérebro. Além disso, as aplicações diretas são sentidas. Neurogênese e saber como conduzi-la poderia levar diretamente a aplicações clínicas para o tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. O autismo também pode ver novas terapias. Parabéns aos vencedores, todos os investigadores que trabalham em neurociência e da medicina regenerativa e para a sociedade que pode se beneficiar desse conhecimento. (original em espanhol, traduzido por amador) Fonte: Diario Vasco.
Marcadores: neurogênese
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