17.06.2011
Canadenses descobrem por que terapia contra Parkinson afeta cognição
Dopamina estimula parte do cérebro ligada à função motora, mas overdose prejudica área relacionada ao processo cognitivo
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Pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, descobriram por que a terapia de reposição de dopamina, usada para controlar os sintomas motores associados com doença de Parkinson, pode, às vezes, afetar a cognição.
Quando se trata da doença de Parkinson em particular, a parte do cérebro mais afetada pela depleção de dopamina é o striatum, que é dividido em várias estruturas. Na doença de Parkinson, o striatum dorsal é mais severamente afetado do que o striatum ventral, que permanece relativamente pouco afetado, pelo menos durante as primeiras fases da doença. Os pesquisadores observaram que enquanto a terapia de reposição de dopamina melhora as funções do striatum dorsal, o striatum ventral sofre uma overdose de dopamina, prejudicando sua função.
Até agora, o efeito da terapia de reposição de dopamina sobre a cognição em indivíduos com doença de Parkinson tem sido controverso. O objetivo do estudo foi investigar e isto levou a uma série de testes de laboratório e estudos de neuroimagem que permitiu aos pesquisadores definir claramente as funções cognitivas distintas realizadas pelo striatum dorsal e ventral durante a terapia.
"A melhor opção de tratamento para controlar os sintomas motores da doença de Parkinson permanece a terapia de reposição de dopamina. Em alguns pacientes, entretanto, ela pode ter um efeito negativo sobre aspectos específicos da cognição. Nossa descoberta vai, portanto, nos permitir explorar medicamentos diferentes e abordagens não-medicamentosas que poderiam ajudar a melhorar a saúde global das pessoas afetadas, além de contribuir para ajudar a desenvolver a medicina personalizada", observou a pesquisadora Penny A. MacDonald.
A pesquisa
Vinte e dois pacientes com doença de Parkinson sem demência e 22 indivíduos saudáveis foram incluídos na primeira parte do estudo (comportamental), enquanto 13 jovens adultos saudáveis participaram da segunda parte do estudo (de neuroimagem).
Cada participante foi convidado a escolher números por várias vezes (288 vezes), assim como a selecionar o maior de dois números, por exemplo.
Em algumas ocasiões, os pacientes receberam nenhum reforço, enquanto que em outras ocasiões, eles foram influenciados por várias pistas que tornaram a resposta mais fácil (função normalmente associada com o striatum dorsal), ou mais difícil devido à interferência (associada ao striatum ventral).
Pacientes com Parkinson foram testados com e sem medicação. A seleção foi validada com ressonância magnética funcional, que foi usada para observar a atividade cerebral durante os exercícios.
Os resultados demonstraram que, apesar de reposição de dopamina melhorar os resultados para as condições associadas com a interferência (striatum dorsal), reduz resultados para as condições associadas com a facilitação (striatum ventral
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