segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Aumento de obesidade pressiona países emergentes
Governos de países emergentes estão a ser impelidos a adoptar medidas para combater o avanço da obesidade, que atingiu níveis alarmantes em economias em rápido crescimento nas últimas três décadas.
Dados inéditos da Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmam que, assim como o rápido crescimento do PIB (Produto Interno Bruno), o excesso de peso e a obesidade dispararam em países como a China, Índia, África do Sul, Brasil e México.
Conhecidos no passado por terem dificuldade em alimentar as suas populações, estes países hoje debatem-se com problemas de natureza oposta - num fenómeno que especialistas chamam de «dupla carga».
«A forma com calculamos o desenvolvimento económico é simplesmente uma medida do quanto consumimos - então quanto mais se consume, mais rico se é... e é claro que isso é mau para a forma física», disse SV Subramanian, professor de Saúde da População e Geografia da Universidade de Harvard.
Em Setembro, líderes mundiais encontrar-se-ão na primeira cimeira de alto nível da ONU sobre doenças não-transmissíveis, que incluem obesidade, e serão exortados a adoptar medidas de controlo e regulamentação sobre a indústria alimentícia, assim como sistemas para identificar potenciais complicações de saúde em estágio inicial.
A prevalência da obesidade aumentou em países emergentes de forma muito mais rápida que os rendimentos, e mais rápida do que em países desenvolvidos, ao longo das três últimas décadas.
Na China, estima-se que 100 milhões de pessoas sejam obesas, comparando com os 18 milhões de 2005.
No Brasil a obesidade cresce mais rapidamente entre as crianças. Cerca de 16% dos meninos e 12% das meninas com idades entre 5 e 9 anos são hoje obesas no país, quatro vezes mais do que há 20 anos.
Um em cada sete adultos mexicanos apresenta excesso de peso, proporção que fica atrás apenas dos EUA entre as principais economias do mundo
África do Sul, por sua vez, tem um índice de obesidade mais alto que o dos EUA - com um PIB que é um oitavo do americano.
«Vimos um aumento dramático nos níveis de obesidade em países emergentes, e este índice parece estar a crescer mais rapidamente e em meio a níveis mais baixos de PIB do que na Europa ou nos EUA há 20 ou 30 anos», disse Tim Lobstein, da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade (Iaso).
Embora especialistas vejam uma clara relação entre o aumento da obesidade e o crescimento da riqueza, há outros factores para o crescimento tão rápido.
O primeiro relatório da OMS sobre doenças não-transmissíveis, publicado em 2010, afirma que não apenas a obesidade, mas também outras «epidemias» como diabetes, cancro e doenças cardiorespiratórias e cardiovasculares, estão relacionadas com mudanças da vida contemporânea
DIÁRIO DIGITAL.
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