Pesquisa chinesa pode ser útil no tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson
10 de dezembro de
2012 | Cientistas chineses afirmam ter conseguido reprogramar células de urina
humana em células cerebrais (progenitoras neurais), em uma pesquisa que pode
contribuir para futuros avanços no tratamento de males degenerativos como
Alzheimer e Parkinson.
A
pesquisa, publicada na mais recente edição do periódico Nature Methods, afirma
que células de urina foram isoladas de três doadores, de 37, 10 e 22 anos, e
reprogramadas para gerar células progenitoras neurais (NPCs), que são
precursoras das células cerebrais. Estas NPCs, por sua vez, foram capazes de se
subdividir e "gerar com eficiência neurônios funcionais" distintos in
vitro.
Os mesmos cientistas haviam identificado no ano passado que a
urina humana contém células do rim "que podem ser reprogramadas em
células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs)". Agora, dizem ter avançado neste
método.
"Ainda faltam análises, mas reportamos que as células sobrevivem
e se dividem quando transplantadas ao cérebro de um rato recém-nascido", diz o
estudo, liderado por Duanquing Pei, da Academia Chinesa de
Ciências.
Células progenitoras neurais são potenciais fontes de neurônios
para pesquisa, com a vantagem de se dividirem e, por conta disso, poderem ser
"expandidas" em laboratório antes que sejam divididas em
neurônios.
Pesquisa e teste de medicamentos. "Há um grande interesse em
gerar progenitoras neurais de indivíduos com doenças degenerativas", diz
comunicado da Nature Methods.
"E como as células a serem reprogramadas
são derivadas de (processos) não-invasivos, da urina de doadores, os autores da
pesquisa propõem que o procedimento deve ser praticável para gerar progenitoras
neurais específicas para determinadas doenças", acrescenta a
publicação.
"Neurônios derivados dessas células podem ser úteis para
pesquisas em males neurodegenerativos e para o teste de novos medicamentos",
conclui o comunicado.
A pesquisa de Duanquing Pei lembra que ainda não há
medicamentos eficientes para combater diversas doenças neurológicas.
Há
importantes avanços no campo de células-tronco, mas o método é alvo de
questionamentos por alas mais conservadoras porque as células são obtidas de
embriões humanos. Além disso, existe o risco de rejeição do sistema imunológico.
A vantagem da pesquisa chinesa é evitar esses dilemas.
Além disso,
reportagem da revista Nature aponta que o estudo pode ajudar pesquisadores a
produzir mais rapidamente células específicas para cada paciente, em número
maior.
"Progenitoras neurais proliferam em cultura, então os
pesquisadores podem produzir diversas células para seus experimentos", diz a
reportagem.
Um geneticista consultado pela revista afirma que outra
vantagem de obter células dessa forma é que a urina pode ser coletada de quase
qualquer paciente. Fonte: O Estado de S.Paulo. No Globo G1.
Editado com LibreOffice
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