Acho importante relatar o ocorrido comigo, pois a partir do momento que descobrimos que temos Parkinson a gente esquece dos outros órgãos e descuidamos deles. De repente, comecei a passar mal, uma opressão e dava uma sensação de desfalecimento. A pressão arterial subia e ficava baixa numa alternância rítmica que dava inveja a qualquer professor de teoria musical.
Resolveram me colocar na UTI. Lá fiquei até o dia 05. Quando foi dia 12 de outubro, essa criança chamada "Coração" voltou a me importunar. Tinha desfalecimentos e a sensação de ausência total. E fui para UTI pela segunda vez. Falei para esse coração leviano: cara, bate direito que tenho muitos projetos. Você não vai me deixar na mão. Tenho um filho de 12 anos que precisa de mim, uma netinha de 08 aninhos, filhos, irmãs, irmãos, primos, família sem falar no meu novo violão que ainda nem toquei. Mas percebi que nos Hospitais tanto médicos quanto quadro de enfermagem falam que a gente é ansiosa. Virou moda. Quem não fica ansiosa vendo sua "vó pela greta"? Vó que faleceu há anos... Chega a ser insensatez por parte de profissionais da área. Chegamos na UTI. O ambiente lá é festivo. O doente muito mal nada vê. O doente remediado, que era o meu caso, via tudo e observava muito. Eu estava monitorada, cheia de aparelhos, depois eu precisava ter certeza que eu podia sair.
Tem situações que você busca folego nas "tripas", pois a situação está difícil e ridícula. Ridícula por certas bobagens que vc tem que escutar, tem que vivenciar e ainda ficar calada. Bem, eu queria ficar mais com vocês. Não tenho respostas para meus questionamentos. O saldo que fica é o seguinte: não foi encontrado nada no meu coração. Dizem que pode acontecer a qualquer pessoa. Agora, é tomar cuidado com certos alimentos, tomar uma nova medicaçãozinha e, principalmente, ficar alerta para os sinais que o corpo nos dá.
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