Marilim E. S. CapitaniniASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON - ABP -SP-BRASIL
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REFLEXÕES....pensando com meus botões
Quando será o último beijo, o último abraço, último bom dia ou boa noite? Difícil e impossível saber. Se nos fosse dada esta oportunidade, tenho certeza que ainda ficariam palavras para serem ditas, sentimentos a serem expressos, perdão a ser perdoado. Pergunto-me: por quê? Por que é tão difícil dizer ao outro o que sinto, valorizar as coisas boas, dar crédito a coisas que não são tão importantes, ficar-de-mal e brincar de “falei por último”, e de modo geral, insistimos em continuar discutindo, cobrando! Não sei se é a idade ou a chegada da tal maturidade! O fato é que ultimamente tenho procurado “ser feliz a ter razão”, tenho evitado a perda de tempo em discussões bobas, que não levam a nada, tento controlar minha teimosia (qualidade e defeito), perdoar injustiças e deixar que a consciência e o futuro cumpram o papel de juízes.... enfim, quero sentir que estou melhor a cada dia. Por que estou pensando isso? Premonitório? Nada disso, estou pensando em mim em primeiro lugar. Já contei um fato que aconteceu comigo a muitas pessoas e foi um marco na minha vida e relato aqui para acompanharem nas minhas reflexões. Passamos um réveillon com um casal de amigos que levou outro casal, conhecidos nossos, mas com pouco contato que eu chamarei de L e O. Um tempo depois, me encontrei com L que me disse o quanto tinha sido bom passar aqueles momentos conosco, o quanto me admirava e mais alguns elogios. Eu fiquei feliz por ter provocado sentimentos tão prazerosos em L e aí ela me disse: “sabe por que estou falando isso? Vai que você morre! eu iria ficar com um sentimento ruim de que eu podia ter dito o prazer que eu tive em te conhecer melhor e não disse nada”. Assim, na lata! Esta última frase foi tão significativa que as demais não tiveram tanta importância e me fez pensar o quanto os relacionamentos ficam conturbados pela ausência de expressão de sentimentos sentidos. Depois disso, passei a não fazer economia em elogios quando verdadeiros, dizer ao outro sobre meus sentimentos, procurando ser o mais honesta possível comigo. A leitura de um livro também contribuiu nas minhas reflexões: Abra o seu coração de James Pennenbaker. Está pensando que sou a versão mais atual da madre Teresa de Calcutá? Engano... não tenho tanto altruísmo assim, mas , voltando á primeira frase deste texto, me empenho diariamente em ser feliz e fazer os outros felizes, viver plenamente todos os momentos e chegar ao fim de cada dia e sentir que aquele foi mais significativo que o dia anterior. Tenho meus momentos de angústia, deprê mesmo, mas contorno pensando e acreditando que o dia de amanhã será melhor. Transcrevo aqui parte de um artigo que escrevi para uma revista..... Nossa existência é como uma grande colcha de retalhos onde se emendam momentos que vão constituir a história de cada um costurados com pontos que deixarão marcas; é assim que seremos lembrados. Os pontos que não ficaram legais devem ser corrigidos, mesmo com o trabalho e sofrimento que trazem para um trabalho ficar perfeito. Se no futuro sentirmos orgulho de dizer "eu que fiz", num simples trabalho, também é necessário e útil estarmos disponíveis para novas aprendizagens (a gente nunca sabe tudo). Há sempre um pontinho novo, a ousadia de um colorido nunca experimentado que usamos para unir nossa história, sendo fundamental a presença de pessoas que nos ajudam a tecer a vida. Transformar as adversidades em aprendizagem e razão de viver depende da vontade de cada um.
“Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça." Sábias palavras da Cora Coralina que se aplicam a toda empreitada difícil sobretudo como essa de viver e conviver com Parkinson. Os termos: guerreira, superação, etc... não se aplicam a mim pois tenho preservados, ainda, o juízo, a cognição e procuro fazer uso dessas capacidades para desempenhar a melhor das tarefas que é VIVER.
Tremendo abraço, Marilim Elizabeth Silva Capitanini
REFLEXÕES....pensando com meus botões
Quando será o último beijo, o último abraço, último bom dia ou boa noite? Difícil e impossível saber. Se nos fosse dada esta oportunidade, tenho certeza que ainda ficariam palavras para serem ditas, sentimentos a serem expressos, perdão a ser perdoado. Pergunto-me: por quê? Por que é tão difícil dizer ao outro o que sinto, valorizar as coisas boas, dar crédito a coisas que não são tão importantes, ficar-de-mal e brincar de “falei por último”, e de modo geral, insistimos em continuar discutindo, cobrando! Não sei se é a idade ou a chegada da tal maturidade! O fato é que ultimamente tenho procurado “ser feliz a ter razão”, tenho evitado a perda de tempo em discussões bobas, que não levam a nada, tento controlar minha teimosia (qualidade e defeito), perdoar injustiças e deixar que a consciência e o futuro cumpram o papel de juízes.... enfim, quero sentir que estou melhor a cada dia. Por que estou pensando isso? Premonitório? Nada disso, estou pensando em mim em primeiro lugar. Já contei um fato que aconteceu comigo a muitas pessoas e foi um marco na minha vida e relato aqui para acompanharem nas minhas reflexões. Passamos um réveillon com um casal de amigos que levou outro casal, conhecidos nossos, mas com pouco contato que eu chamarei de L e O. Um tempo depois, me encontrei com L que me disse o quanto tinha sido bom passar aqueles momentos conosco, o quanto me admirava e mais alguns elogios. Eu fiquei feliz por ter provocado sentimentos tão prazerosos em L e aí ela me disse: “sabe por que estou falando isso? Vai que você morre! eu iria ficar com um sentimento ruim de que eu podia ter dito o prazer que eu tive em te conhecer melhor e não disse nada”. Assim, na lata! Esta última frase foi tão significativa que as demais não tiveram tanta importância e me fez pensar o quanto os relacionamentos ficam conturbados pela ausência de expressão de sentimentos sentidos. Depois disso, passei a não fazer economia em elogios quando verdadeiros, dizer ao outro sobre meus sentimentos, procurando ser o mais honesta possível comigo. A leitura de um livro também contribuiu nas minhas reflexões: Abra o seu coração de James Pennenbaker. Está pensando que sou a versão mais atual da madre Teresa de Calcutá? Engano... não tenho tanto altruísmo assim, mas , voltando á primeira frase deste texto, me empenho diariamente em ser feliz e fazer os outros felizes, viver plenamente todos os momentos e chegar ao fim de cada dia e sentir que aquele foi mais significativo que o dia anterior. Tenho meus momentos de angústia, deprê mesmo, mas contorno pensando e acreditando que o dia de amanhã será melhor. Transcrevo aqui parte de um artigo que escrevi para uma revista..... Nossa existência é como uma grande colcha de retalhos onde se emendam momentos que vão constituir a história de cada um costurados com pontos que deixarão marcas; é assim que seremos lembrados. Os pontos que não ficaram legais devem ser corrigidos, mesmo com o trabalho e sofrimento que trazem para um trabalho ficar perfeito. Se no futuro sentirmos orgulho de dizer "eu que fiz", num simples trabalho, também é necessário e útil estarmos disponíveis para novas aprendizagens (a gente nunca sabe tudo). Há sempre um pontinho novo, a ousadia de um colorido nunca experimentado que usamos para unir nossa história, sendo fundamental a presença de pessoas que nos ajudam a tecer a vida. Transformar as adversidades em aprendizagem e razão de viver depende da vontade de cada um.
“Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça." Sábias palavras da Cora Coralina que se aplicam a toda empreitada difícil sobretudo como essa de viver e conviver com Parkinson. Os termos: guerreira, superação, etc... não se aplicam a mim pois tenho preservados, ainda, o juízo, a cognição e procuro fazer uso dessas capacidades para desempenhar a melhor das tarefas que é VIVER.
Tremendo abraço, Marilim Elizabeth Silva Capitanini
Isto se chama VIVER em plenitude !
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