Nova terapia genética ajuda a reduzir tremor de doentes de Parkinson
Resultado de teste clínico sobre tratamento foi divulgado em revista médica.
Estudo foi feito com 15 pacientes com estágio avançado da doença.
O primeiro estudo clínico de uma nova terapia genética para o tratamento do Mal de Parkinson mostra que a injeção de genes que produzem dopamina diretamente na região do cérebro que controla o movimento do corpo foi capaz de reduzir os tremores de pacientes que sofrem da doença. De acordo com um artigo publicado na noite desta quinta-feira (9) na revista médica The Lancet, o tratamento foi feito em 15 pacientes com idades entre 48 e 65 anos que já tinham sido diagnosticados com Parkinson há pelo menos cinco anos.
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Os médicos responsáveis pela terapia genética afirmam que todos os pacientes apresentaram melhoras nos sintomas e, apesar de todos também terem apresentado efeitos colaterais, eles foram considerados "de leves a moderados".
Os tremores, os membros rígidos e a perda de equilíbrio, alguns dos sintomas que caracterizam a doença resultam da falta de dopamina, um neurotransmissor produzido por um grupo de células nervosas. O Mal de Parkinson provoca a morte progressiva destas células, e por isso, o quadro dos pacientes é degenerativo.
De acordo com a revista The Lancet, atualmente o tratamento mais usado para a doença é a droga levodopa, substância que o cérebro converte em dopamina. Porém, a morte das células com o passar do tempo acaba reduzindo a eficácia do tratamento. Entre outros efeitos disso está o desenvolvimento de espasmos musculares involuntários nos pacientes.
O tratamento ProSavin, objeto do estudo clínico, usa um vírus inerte para transmitir três genes capazes de fabricar dopamina à região do estriado, que controla o movimento. Segundo o professor Stéphane Palfi, do grupo Henri-Mondor Albert-Chenevier, da França, afirmou à revista, a intenção é "converter neurônios do estriado que não produzem dopamina em fábricas de dopamina para substituir a fonte constante de dopamina que se perdeu por causa do Mal de Parkinson".
Para testar a segurança, a tolerabilidade e a eficácia de três doses diferentes do tratamento, o estudo categorizou os 15 pacientes em uma escala de funções motoras. Entre os itens desta divisão estão a fala, os tremores, a rigidez, o movimento dos dedos, a postura, o andar e a bradicinesia (a dificuldade ou lentidão em inicar movimentos voluntários).
Após a cirurgia de injeção da substância, os pacientes foram monitorados durante 12 meses. Segundo os resultados do estudo, 11 pacientes apresentaram espasmos musculares enquanto estavam sob a influência do medicamento, e nove apresentaram outros efeitos colaterais, de leves a moderados.
O estudo afirma ter registrado uma "melhora no comportamento motor foi observado em todos os pacientes". De acordo com o professor Palfi, porém, embora a eficácia registrada seja promissora, "a magnitude dos efeitos está dentro do intervalo de placebo apresentado em outros estudos clínicos do Mal de Parkinson que usam técnicas cirúrgicas, e deve ser interpretada com cuidado". Segundo ele, a conclusão do estudo é que essa abordagem terapêutica proporciona uma substituição contínua e estável de dopamina, restrita a uma região do cérebro que não tem a substância, e pode se tornar um tratamento efetivo de longo prazo sem provocar complicações comportamentais.
Atualmente, a doença afeta cinco milhões de pessoas em todo o mundo e é o segundo mal neurodegenerativo mais comum, depois do Alzheimer.
Fonte: Bem Estar.
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