Quinta, 04 de abril de 2013 - Pesquisa internacional tem
participação da Medicina/Unesp
Entrou na fase final e com resultados
promissores projeto de pesquisa, realizado na Faculdade de Medicina (FM) da
Unesp, Câmpus de Botucatu, que pretende ampliar a compreensão sobre a doença de
Parkinson com ajuda de um sensor
em forma de caneta.
Com a ajuda do equipamento, denominado
caneta biométrica BiSP, o estudo se propõe
a esquadrinhar as minúcias de movimentos manuais voluntários de pacientes com a
doença, acompanhar a evolução da execução dos movimentos e as respostas aos
tratamentos usados, assim como comparar esses dados com os de pessoas
saudáveis.
Em março deste ano, o professor Christian Hook, pesquisador da
Universidade de Regensburg e responsável pelo desenvolvimento da BiSP (sigla
para Biometric Smart Pen) esteve na FM acompanhado dos alunos Martin Mauerer e
Roman Adamczyk, da mesma instituição. Com a participação dos convidados, os
resultados, perspectivas e novas etapas desse estudo foram apresentados
recentemente em um workshop e um curso de pós-graduação realizados na Faculdade
de Engenharia da Unesp de Bauru.
De acordo com a professora Silke Weber,
do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e
Pescoço da FM/Unesp, responsável pelo planejamento da pesquisa, a precisão dos
testes realizados com ajuda da caneta tem atingido índices de até 99% de
acerto.
“Após três anos de muito trabalho, estamos colhendo bons frutos e
dando passos importantes em nosso processo de internacionalização. Além disso,
conseguimos integrar profissionais de diferentes áreas (Medicina, Computação e
Engenharia) na própria Unesp e até de outras instituições, inclusive do
exterior, nos segmentos de graduação, pesquisa e pós-graduação ”, afirma
professora Silke.
O estudo, que conta com financiamento do Ministério de
Ciência e Pesquisa da Alemanha e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo), está em andamento na Faculdade de Medicina de Botucatu
desde outubro de 2010. É o primeiro do mundo a propor uma analise longitudinal
com o aparelho, ou seja, a avaliação periódica da motricidade de pacientes de
Parkinson. Devido à existência de
um ambulatório específico para a doença no Hospital Universitário de FMB/Unesp,
os pesquisadores podem contar com o retorno periódico dos pacientes (o que é
mais complicado na Alemanha) para acompanhar e medir seu desenvolvimento com
respeito ao comportamento motor fino.
O projeto da caneta BiSP
desenvolve-se dentro da biometria. Ou seja, para medir características de uma
pessoa de modo a identificá-la de forma única, assim como os leitores de íris e
das digitais. No caso, a ideia era captar as singularidades da assinatura de
alguém, já que todos escrevem diferentemente, e usar o sistema para segurança de
dados e acesso. Daí, através de programas de inteligência artificial, o sistema,
então, “aprende” a classificar um sinal de entrada, ou seja, compara este com
sua base de dados armazenados e reconhece quais as semelhanças e
diferenças.
O sistema de reconhecimento gráfico pode ser utilizado para a
identificação de assinaturas (aplicação prática, por exemplo, na assinatura
eletrônica). Neste projeto foi desenvolvida uma sequência de figuras que o
paciente desenha, independente de sua fluência na escrita.
Professor
Arthur Oscar Schelp, do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da
FMB/Unesp, responsável pelo ambulatório que atende pacientes com
Parkinson no Hospital das Clínicas da
FMB, é também um dos colaboradores do projeto. Fonte:
Plantão News.