Desaparece aos 88 anos, em Estocolmo Morreu Erland Josephson, o cúmplice de Ingmar Bergman.
Erland Josephson, aqui numa fotografia de 2006, também escreveu contos, peças de teatro e poesia (Kerstin Carlsson/Reuters).
Dele dizia-se que era o cúmplice e mesmo o alter-ego de Ingmar Bergman (1918-2007).
Erland Josephson, o actor que teve a mais longa parceria artística com o realizador de “Cenas da Vida Conjugal” (1973), morreu este domingo num hospital de Estocolmo, aos 88 anos, após um longa batalha contra a doença de Parkinson.
A notícia da morte foi comunicada por um porta-voz do Real Teatro Dramático da capital sueca, onde Josephson foi actor e também director artístico (sucedendo a Bergman) durante uma década, entre 1966-75.Foi, de resto, no palco que Erland e Ingmar se encontraram, nos anos 40 – numa encenação do segundo de “O Mercador de Veneza”, de Shakespeare, segundo a biografia da Associated Press. Actor amador sem qualquer formação técnica ou profissional específica, Erland Josephson, que nasceu a 15 de Junho de 1923 na capital sueca, continuou a trabalhar com Bergman nos palcos e depois também no cinema e na televisão – a sua primeira presença no ecrã acontece em 1946, com “Chove no Nosso Amor”.
Depois, foram praticamente seis décadas de colaboração e cumplicidade, que o grande ecrã exibiu em todo o mundo, em dezena e meia de títulos que marcariam também a história do cinema: “A Hora do Lobo” (1968), “Lágrimas e Suspiros” (1972), “Cenas da Vida Conjugal” (1973), “A Flauta Mágica” (1975), “Sonata de Outono” (1978), “Fanny e Alexandre” (1982), “Saraband” (2003), para só lembrar os mais notórios. Para além de Bergman, Josephson deu também corpo e voz (a sua voz inconfundível) a filmes de Andrey Tarkovsky (“Nostalgia”, 1983; “O Sacrifício”, 1986), Liliana Cavani (personificando Friedrich Nietzsche em “Para Além do Bem e do Mal”, 1977), Dusan Makavejev (“Montenegro”, 1981), Philip Kaufman (“A Insustentável Leveza do Ser”, 1988), ou Peter Greenaway (“O Livro de Prospero”, 1991). Fora dos palcos e do plateau, Erland Josephson escreveu contos, peças de teatro, poesia. Dirigiu o Real Teatro Dramático da Suécia e presidiu ao Instituto de Cinema do seu país. Em 1996, o actor esteve em Portugal, onde foi membro do júri internacional do Festival de Curtas-Metragens de Vila do Conde.
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