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EU VOCÊ E JAMES, JUNTOS NO YOU TUB


Há um ano comecei a formatar um blog que, na verdade, nem eu sabia ao certo o que pretendia e nem como seria esse “filho”, já que existiam muitos blogs falando com propriedade sobre Parkinson. Resultado: coloquei em "stand by". Queria colocar as idéias no lugar e aguardar uma inspiração.

Por que o nome EU, VOCÊ E JAMES?

EU: podemos falar dos nossos sonhos, aspirações, de receitas, atualidades, alegrias e tristezas, e variedades diversas.
VOCÊ: é a principal razão da existência do blog. É quem vai ajudar na construção e divulgação do espaço que vai ser seu. O espaço é livre.
JAMES: Vixe... Esse aí não é fácil. Como já disse acima, existem muitos blogs que tratam do assunto com competência científica e isso é muito bom. A proposta é que seja uma abordagem bem suave, com humor, pois necessitamos muito de diversão e alegria. Não podemos nos envolver apenas com os aspectos fisiológicos do Parkinson. Vamos tratar do tema com leveza.

Com o Sr. James aprendi, além de outras coisas:
- Ter calma, já que os nervos são o principal fator de problemas para nós;
- Ter sempre um projeto de vida para se apaixonar: como dizia Chico Xavier, estar apaixonado por um projeto faz com que Deus nos dê mais tempo de vida;
- Me movimentar mais, lembrando do sábio Almir Sater na música Tocando em Frente: “Ando devagar porque já tive pressa...”.

E com minha amiga Dalva Molnar aprendi muitas coisas, inclusive que temos muito TA...LEN...TO.

Este blog está trocando de roupa- AGUARDE: EM BREVE NOSSO CLOSET ESTARÁ COMPLETO

quarta-feira, 6 de julho de 2011

ORGULHOSA. ( POESIA)

TENTANDO RESGATAR CONCEITOS E MOSTRANDO PRECONCEITOS QUE SEMPRE EXISTIRAM, PUBLICO ESSA POESIA QUE GOSTO MUITO E MINHA MÃE SEMPRE RECITAVA PARA NÓS, POIS ELA NASCEU EM LENÇOIS, CENÁRIO DA POESIA. NÃO BASTA LER A POESIA. IMPORTANTE CONHECER A HISTÓRIA CITADA NA BIOGRAFIA DO POETA.
Biografia:
Trasíbulo Ferraz Moreira, nasceu em 28 de janeiro do 1870, em Lençóis, na Chapada Diamantina, era filho do tenente Espiridião Ferraz Moreira e de d. Maria Amélia F. Moreira; ainda criança com a família deslocou-se para a cidade de Cachoeira. Frequentou as faculdades de Direito do Recife e da Bahia, até o quarto ano, não concluindo o curso por moléstia pulmonar, de que faleceu em plena florescência de seu talento. Redator-chefe da Gazeta de Notícias, militou na imprensa diária de Salvador, lado a lado com a literatura, publicando poesia, contos e crônicas. Com a sua morte, seus amigos tiveram a iniciativa de reunir alguns de seus versos numa coletânea sob o título de Poesias, com o prefácio de Evangelista Pereira, em edição de uma gráfica da cidade de Amargosa, no interior do Estado, em 1900. De sua autoria é, ainda, o volume de contos Poliformes (1896).
Naquela época era comum encerrar as festas com alguém declamando uma poesia acompanhado pelo piano. A poesia A ORGULHOSA, tem a sua história; por sinal em duas versões:
A primeira, de ter sido improvisado no baile de formatura de outro poeta - Péthion de Vilar. Reza a crônica oral que a recepção oferecida pelos pais de Péthion, diplomado em Medicina, naquele ano de 1895, já estava pela metade da noite quando, instado pelo próprio Péthion, seu velho amigo e jornalismo, banco acadêmico e vida literária, Trasíbulo, que chegara quando a festa já ia ao meio e, como sempre, descabelado com traje surrado e calçado com cadarço desamarrado, havia se recolhido à sacada de uma das janelas do palacete que dominava o largo de São Pedro, ensimesmado e abatido com a taboca (recusa) que sofrera por parte de uma das irmãs de Péthion, quando ele se dirigira e a convidara para uma contradança. A jovem, que alegara para efeito de recusa o fato de se achar indisposta, momento depois, aceitava o convite de um dos seus primos.
Não só Péthion, mas, praticamente todos os convidados, exigiram que Trasíbulo declamasse. Não o fez, no entanto, acatando as sugestões feitas de algumas suas conhecidas e inúmeras poesias. Dispôs-se a fazer um improviso do que valeu seu amigo Péthion para, previamente, munir-se de papel e tinta a fim de registrar os versos que tornariam famosos.
Ao final , a jovem que o acompanhara ao piano, debruçou-se desfalecida sobre o teclado, sendo logo socorrida. A jovem, não era outra senão a que lhe negara a contradança.
A segunda versão situa o poeta Trasíbulo Ferraz em período de férias, em casa de parentes em Lençóis. Focaliza o caso do baile como tendo sido em um dos salões elegantes daquela cidade, ocorrendo a recusa da contradança por parte de uma das filhas de Domingos de Almeida, figura de expressão local. A cópia dos versos teria sido objeto de iniciativa de um de seus amigos de faculdade e companheiro de banca de jornal, Américo Pinto Barreto Filho.
A primeira versão é a mais convincente do ponto de vista de que o poeta só procurou o convívio familiar quando de sua doença, pois preferia a vida em Salvador, mesmo quando em férias da faculdade, de vez que, além do jornal, havia a vida boêmia para absorvê-lo.
Não se conhece nenhuma foto do poeta..
Remetido por Eudes Sant'Anna

A Orgulhosa

Num Baile
Ainda há pouco pedi-te,
Pedi-te para valsar...
Disseste - és pobre, és plebeu;
Não me quiseste aceitar!
No entretanto ignoras
Que aquele a quem tanto adoras,
Que te conquista e seduz,
Embora seja da "nata",
É plena figura chata,
É fósforo que não dá luz!

Deixa-te disso, criança,
Deixa de orgulho, sossega,
Olha que o mundo é um oceano
Por onde o acaso navega.
Hoje, ostentas nas salas
As tuas pomposas galas,
Os teus brasões de rainha;
Amanhã, talvez, quem sabe?
Esse teu orgulho se acabe,
Seja-te a sorte mesquinha.

Deixa-te disso, olha bem!
A sorte dá, nega e tira;
Sangue azul, avós fidalgos,
Já neste século é mentira.
Todos nós somos iguais;
Os grandes, os imortais;
Foram plebeus como eu sou.
Ouve mais esta lição:
Grande foi Napoleão,
Grande foi Victor Hugo.

Que serve nobre família,
Linhagem pura de avós?
Se o sangue dos reis é o mesmo,
O mesmo que corre em nós!
O que é belo e sempre novo
É ver-se um filho do povo
Saber lutar e subir,
De braços dados com a glória,
Pra o Pantheon da História,
Pra conquista do porvir.

De nada vale o que tens
Que não me podes comprar;
Ainda que possuísses
Todas as pérolas do mar!
És fidalga? - Sou poeta!
Tens dinheiro? - Eu a completa
Riqueza no coração;
Não troco uma estrofe minha
Por um colar de rainha
Nem por troféus de latão.

Agora sim, já é tempo
De te dizer quem sou eu,
Um moço de vinte anos
Que se orgulha em ser plebeu,
Um lutador que não cansa,
Que ainda tem esperança
De ser mais do que hoje é,
Lutando pelo direito,
Pra esmagar o preconceito
Da fidalguia sem fé!

Por isso quando me falas,
Com esse desdém e altivez,
Rio-me tanto de ti,
Chego a chorar muita vez.
Chorar sim, porque calculo,
Nada pode haver mais nulo,
Mais degradante e sem sal
Do que uma mulher presumida,
Tola, vaidosa, atrevida.
Soberba, inculta e banal.

Fonte: Jornal da Poesia

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